Pandemia e investimento no digital fazem bancos fecharem agências físicas
Somente a Caixa Econômica vem mantendo postos de trabalho no Brasil

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Com lucros exorbitantes – de R$ 20,4 bilhões, 21,3% acima do registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Sindicato dos Bancários da Bahia, – as instituições financeiras têm cada vez mais apostado alto na tecnologia, investindo recursos na melhoria da acessibilidade dos clientes através dos dispositivos móveis, com o objetivo de facilitar a transações mais simples do dia-a-dia.
Por outro lado, esse movimento trouxe uma consequência ruim para os clientes que necessitam utilizar os serviços presenciais, seja pelo costume deste tipo de atendimento, seja pelo fato de, nas cidades mais distantes dos grandes centros urbanos, muitos ainda não terem acesso a internet: o fechamento das agências físicas e, por sua vez, a demissão de funcionários dos estabelecimentos. Além disso, a pandemia de covid-19 contribuiu para este processo ser ainda mais acelerado
Só neste ano de 2020, cerca de mil pontos de três dos maiores bancos do país (Itaú, Bradesco e Santander) encerraram as atividades, culminando na demissão de 11 mil funcionários em todo o Brasil. Com relação às instituições públicas, apenas o Banco do Brasil encerrou as atividades de 227 agências até o final de setembro. Somente a Caixa Econômica Federal, pelo menos por enquanto, é que vem mantendo os postos de atendimento em funcionamento, com mais de 50 mil no país.
Além do fechamento destes espaços, o questionamento do Sindicato é com relação a demissão de profissionais da área ainda mais quando, conforme a organização, os bancos haviam se comprometido a não realizar demissões durante o período de pandemia do novo coronavírus. “As empresas investem alto em digitalização, reduzem o quadro de pessoal, precarizam o atendimento e prejudicam a população, sobretudo a mais carente que mora em municípios mais distantes. Há cidades que não possuem nem sequer uma agência bancária”, criticou o Sindicato dos Bancários da Bahia, em nota.
De acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), a abertura ou fechamento de agências bancárias segue políticas individuais de cada instituição financeira. Mas, entre as principais justificativas para a adoção da atitude estão, entre outras: explosões e arrombamentos de agências, caixas ou postos eletrônicos, maior investimento nos canais digitais como sites de internet e aplicativos para dispositivos móveis (conforme a entidade, cerca de 60% de todas as transações já são realizadas pelo celular ou computador) e a reestruturação pela qual estão passando alguns destes bancos.
Fonte: tribunadabahia