Décimo terceiro deve injetar quase R$ 9 bi na economia baiana em 2020
Tão esperado pelos trabalhadores brasileiros nos últimos meses ano, o décimo terceiro salário deve injetar cerca de R$ 8,8 bilhões na economia baiana até o final de 2020

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Tão esperado pelos trabalhadores brasileiros nos últimos meses ano, o décimo terceiro salário deve injetar cerca de R$ 8,8 bilhões na economia baiana até o final de 2020. A estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) foi divulgada ontem e também apontou que 4,3 milhões de pessoas devem receber o valor extra, equivalente a 4,1% do total que terá acesso ao benefício no Brasil. Em relação à região Nordeste, corresponde a 25,7%.
Conforme os dados, na Bahia, os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários representam 52,1% - pouco mais de 2,24 milhões de pessoas -, incluindo o emprego doméstico com carteira assinada, que corresponde a 1,3%, enquanto pensionistas e aposentados equivalem a 47,9% (cerca de 2,05 milhões de pessoas) daqueles que terão acesso ao 13º salário, cuja primeira parcela deve ser paga até, no máximo, o dia 30 de novembro – a segunda tem prazo final de 20 de dezembro.
Em relação aos valores que cada segmento receberá, nota-se a seguinte distribuição: os empregados formalizados ficarão com 63,8% do total (R$ 5,6 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 28,1% (R$ 2,5 bilhões), enquanto aos aposentados e pensionistas do Regime Próprio do estado caberão 7,2% (R$ 634,3 milhões) e aos do Regime Próprio dos municípios, 0,9% (R$81,9 milhões).
O valor médio a ser recebido no estado é de R$ 1.855,37, excluindo os aposentados e pensionistas dos regimes próprios do estado e do município, uma vez que, segundo o Dieese, não foi possível quantificá-los. O valor geral, de R$ 8,8 milhões, equivale a aproximadamente 4,1% do total do Brasil e 26,6% da região Nordeste. O montante, conforme o Departamento, representa em torno de 2,7% do PIB da Bahia.
BRASIL
Em nível nacional, o pagamento do 13º salário tem o potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 215 bilhões, até dezembro de 2020. Cerca de 80 milhões de trabalhadores serão favorecidos com rendimento adicional, em média, de R$ 2.458, de acordo com o Dieese. Dos cerca de 80 milhões de brasileiros que devem ser beneficiados com o pagamento, 48 milhões, ou 60% do total, são trabalhadores no mercado formal.
Entre eles, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada somam 1,4 milhão, o que equivale a 1,8% do conjunto de beneficiários. Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (INSS) receberam 30,8 milhões, ou 38,4% do total. Além desses, aproximadamente 1 milhão de pessoas (ou 1,3% do total) são aposentados e beneficiários de pensão da União (Regime Próprio). Há ainda um grupo formado por aposentados e pensionistas dos estados e municípios (regimes próprios) que vai receber o 13º e que não pode ser quantificado, segundo o órgão.
USO INTELIGENTE
Para o economista e especialista em educação financeira, Reinaldo Domingos, apesar de ser uma quantia esperada por muita gente, o uso do 13º deve se dar de forma inteligente, até para evitar que o trabalhador venha a contrair novas dívidas, além daquelas que, por ventura, já venha tentando quitar. Ele defende um planejamento para evitar sustos, ainda mais em um período que é costumeiramente marcado como troca de presentes, ceia de Natal e viagens.
“Mas é preciso considerar as despesas previstas para o início de 2021, também, além de olhar para a vida financeira e usar essa renda extra de forma consciente, respeitando o padrão de vida da família. Hoje, muitos contam com ele para pagar as dívidas que já têm ou para começar novas, uma evidência de que gastam mais do que a sua renda permite”, afirmou.
Se for utilizar o dinheiro para pagar dívidas, a recomendação de Domingos é a de que, inicialmente, é preciso entender o que se deve, qual o real fôlego para negociação e buscar os credores. “Muito cuidado com os acordos, pois muitas vezes se fecha algo que não conseguirá honrar e a situação se complica. É importante também entender que todos estão mais maleáveis no momento, tendo melhores chances de conquistar bons acordos”, diz o especialista.
No caso de quem for fazer as compras do fim de ano, uma orientação é a de que o 13º já tenha sido programado para isso, principalmente se puder inserir as despesas com a ceia de Natal e os presentes já no orçamento financeiro mensal. Já para os que estão em uma zona de conforto, uma ideia é a de poupar o dinheiro ou investi-lo.
By: Maria Batista
Fonte: tribunabahia